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Texto da profa. Eliane Oliveira

Quando dizemos "postura da árvore" estamos dizendo que árvore tem postura. Na relação com mundo de todas as coisas, árvores manifestam uma atitude – que é sua visão de mundo. Os praticantes de yoga, somos bem interessados na visão de mundo das árvores. Para entender qual é a visão de mundo de uma árvore, precisamos saber o que ela pensa, como sente e como age. A melhor maneira de sabê-la é incorporá-la. Funciona assim: evocamos o seu espírito de árvore e emprestamos nosso corpo para lhe dar corpo. O espírito da árvore transpira sobre nós e nosso corpo o dramatiza. Pode também ser o contrário, o que é ainda mais bonito: o espírito da árvore evoca nosso corpo para que ele transpire sobre o seu espírito. Posturando árvore, somos convidados a arborizar nossa humanidade. E por que, afinal, fazemos isso? Fazemos isso porque vemos árvore como mestre. Respeitamos seus saberes ancestrais. Ela é velha. Ela é sábia. Ela é eterna. Ela tem raízes profundas que guardam preciosos ensinamentos. Os praticantes de yoga, somos bem interessados na tora da árvore e em seus preciosos ensinamentos. Para ouvi-la, tornamos nosso corpo um oratório. Um pé no chão, o outro apoiado na coxa, braços esticados para cima, mãos unidas em prece. Reverentes e dela vestidos, rezamos:

Mestre, fala-me sobre raízes. O que aprendeste com o profundo da terra? O que aprendeste com o molhado da água? Como foi para tu quando fostes semente? Fala-me sobre o silêncio, sobre o escuro e sobre o broto. O que é o espaço e o tempo? Fala-me sobre o vento. Sobre movimento. Sobre o firmamento. O que aprendeste com o medo? O que aprendeste com o crescimento? Fala-me sobre altura. Sobre estrutura. Estabilidade, flexibilidade, serenidade. Fala-me sobre o folhar e o florir, Sobre o frutar e o cair. Quem sabe eu fazendo do meu corpo o teu corpo possa sorver a nobreza da tua postura diante da vida para que eu, aprendendo contigo, faça nobres as minhas, posturas e vida. Republicando de 11/11/19 ... Na foto, a aluna Gisele praticando Vriksasana - a postura da árvore.

Por Profa. Eliane Oliveira - 11/01/21


Senhor, quanto mais eu silencio para Te ouvir mais é desafiante traduzir o que ouço. Para traduzir-Te, às vezes, pinto. Às vezes, piano. Às vezes, poesia. Às vezes, astrologia. Às vezes, canto. Às vezes, escrevo. Às vezes, danço. Às vezes, yoga. Às vezes, grito. Às vezes, só sinto. Às vezes, choro. Às vezes, rio. Às vezes, planto. Às vezes, estudo e aprendo. Às vezes, ensino e revejo. Às vezes, beijo. Às vezes, converso. Às vezes, me encanto. Às vezes, me aborreço. Às vezes, me espanto. Às vezes, nada. Só me calo. Vou no movimento do Teu Espírito. O que Te peço, Senhor, é que me ajude a não ceder à indiferença, à passividade ou à inércia frente ao que ouço e aprendo de Ti. Tua voz é tão alta que não posso fingir que não ouço. Se outros não Te ouvem no Teu chamado, não posso saber. Eu Te ouço. E, silenciarei e ficarei em paz, ouvindo-Te no vento que me sopra. Não vou com quem acredita que há paz e silêncio sem vento. Que Teu vento, que sopra onde quer, vente em mim tão forte que me conduza sempre ao caminho que devo. Quero ir no Teu barco, e ter comigo quem reconhece e vê que o caminho para a paz está justamente dentro da ventania, e não fora dela. Por Eliane Oliveira - 11/01/21


Publicado originalmente em:

https://www.facebook.com/yoga.uddiyana/photos/a.2163651593889036/2789446117976244/

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